Introdução
A importância das florestas é reconhecida por todos nós, pois no nosso dia-a-dia utilizamos de forma variada os mais diversos produtos das mesmas. À um nível mais científico, é comum dizer-se que a importância dos ecossistemas florestais assenta nos diferentes serviços ecológicos prestados por este tipo de ecossistemas.
Tendo em atenção o anteriormente dito, assim como, as perturbações impostas pelo homem aos ecossistemas florestais, os estudos com o objectivo de caracterizar estes ecossistemas são importantes para um melhor conhecimento dos mesmos, avaliar o seu potencial ecológico, económico e social, identificar factores de perturbação e encontrar medidas para a sua utilização racional. Tais actividades exigem a utilização de metodologias e métodos adequados para a obtenção de informações correctas sobre os diferentes aspectos estruturais e funcionais das florestas. Referimo-nos concretamente aos aspectos: florísticos, ecológicos, dendrométricos e de acumulação de biomassa.
Assim, surgiu a ideia de elaborarmos um manual que resumisse e expusesse de forma sintética alguns procedimentos práticos utilizados nos estudos de caracterização de ecossistemas.
Conseguimo-lo através da elaboração e publicação deste manual prático intitulado “Manual Prático de Ecologia e Biodiversidade de Ecossistemas Florestais”.
O manual está subdividido em 6 partes. A primeira parte diz respeito a localização, georreferenciação e caracterização da área de estudo. A segunda parte consiste na fase inicial do estudo da vegetação propriamente dito, em que a amostragem joga um papel fundamental. Nesta fase, são seleccionados os métodos de amostragem mais adequadas, tendo em consideração a sua precisão, exactidão, o tipo de vegetação, os objectivos, disponibilidade de recursos, custos e tempo de execução. São ainda definidos os seguintes aspectos: dimensão, número e distribuição das parcelas. A terceira fase diz respeito a identificação botânica das espécies vegetais presentes, bem como a sua contagem. A quarta fase consiste na medição dos parâmetros dasométricos, nomeadamente a altura (h) e o diâmetro à altura do peito (DAP). Com base nestes parâmetros, são calculados os parâmetros dendrométricos, como sejam, a área basal por indivíduo, espécie e por hectare. Com base nos valores anteriormente obtidos, são calculados os volumes por indivíduo, espécie e por hectare. A quinta fase consiste no cálculo dos parâmetros da Estrutura Horizontal, nomeadamente, Abundância Absoluta (Aa), Abundância Relativa (Ar), frequência absoluta (Fa), dominância absoluta (Dr), dominância relativa (Dr) e o Índice de Valor de Importância Ecológica (IVIE). Nesta etapa, são também calculados os índices de biodiversidade, concretamente o índice de Shannon-Winer, o índice de Pielou ou de Equidade e o índice de Margalef.
Na sexta parte são apresentadas as fórmulas para calcular a biomassa e o carbono acumulado por hectare em diferentes ecossistemas florestais.
Comissão Científica
Presidente- Prof. Doutor Joaquim Augusto Lauriano (Centro de Ecologia Tropical e Alterações Climáticas)
- PhD Alexeider Rodriguez Romero (Universidade de Guantanamo - Cuba)
- PhD Yordan Soares Pérez (Universidade de Guantanamo - Cuba)
- Mestre Eng. Yobanis Osorio Bornot, MSc (Universidade de Guantanamo - Cuba)
- Mestre Eng. Joelvis Osório Osório, MSc (Universidade de Guantanamo - Cuba)
- Eng. Agrónomo Alí José Matroquela (Centro de Ecologia Tropical e Alterações Climáticas)
- Eng. Florestal Sérgio Fernando Kussumua (Centro de Ecologia Tropical e Alterações Climáticas)